Estou tão indignada que cheguei a um limite de TOLERANCIA ZERO... e já que, muitas vezes no Judiciário as decisões são "mais políticas do que jurídicas" e nem sempre se faz JUSTIÇA, e espero realmente que a a tal "Lei do Retorno" realmente exista.
Acho um absurdo o fato de uma pessoa que possa pagar um médico e tenha um plano de saúde bom, precise procurar um hospital público para conseguir um laudo médico em papel timbrado do serviço público para instruir um processo judicial, não que não tenha direitos àquele atendimento ou pela dificuldade das filas e da demora mas principalmente por ser uma pessoa que tenha acesso à outras facilidades e está ocupando um espaço de consulta que poderia ser dado a uma pessoa que não tenha recursos!
Acho um absurdo a Secretaria de Saúde do Estado exigir receitas com validade apenas de 90 dias para fornecer medicamentos, quando muitas vezes o intervalo entre as consultas é muito maior do que isso e a pessoa precisa de tratamento continuado, não podendo ficar sem o medicamento, o que leva aos funcionários a sugerir ao paciente que peça receitas ao médico sem data - UM ABSURDO!
Hoje em dia, que meu desejo mais profundo é que todo estudante de medicina, antes de se formar, tenha um filho doente, que para sobreviver dependa de um remédio de prestação continuada e tenha recursos para comprar. Desejo ainda que ele/ela precise enfrentar filas terríveis na Defensoria Pública e no Ministério Público para propor uma ação e ao no final de tudo, após meses de sofrimento do próprio filho, não consiga o medicamento porque o processo caiu em exigência por causa de um atestado médico mau dado!
Desejo que eles aprendam da forma mais difícil que o laudo médico deles passa por uma burocracia infinita e que não serve para uma prestação imediata – este laudo vai levar semanas entre o protocolo até a conclusão ao juíz e depois tantas outras semanas até o cumprimento do mandado de busca e apreensão ou uma licitação para compra do medicamento.... ou seja, quando o medicamento é trocado, leva uma eternidade até que todo esse procedimento ocorra novamente. Desta forma, de nada adianta prescrever 5 latas de leite contando com um evento futuro e incerto de uma nova consulta médica que pode ou não acontecer!
Além disso, é preciso ensinar aos jovens médicos que os laudos médicos e prescrições não são escritos para serem lidos por experts em medicina, são direcionados à leigos, pacientes, juízes, promotores e advogados – por isso é fundamental que eles logo de início esclareçam todas as dúvidas de terceiros a fim de não cair em exigência. Todos os dias eu agradeço a Deus pelos seres humanos médicos que atendem ao meu filho, pessoas que veem a medicina como sacerdócio e seus pacientes como seres humanos sem um $ (cifrão) na frente.
Mas minha indignação não está somente direcionada aos profissionais de saúde mas também aos profissionais de Direito.
Passei o feriado do dia 1o de maio inteiro no plantão judiciário para conseguir um alvará de autorização para menores atuarem em um espetáculo e lá, presenciei uma pessoa chegar do hospital desesperada buscando ajuda para conseguir uma liminar para que o plano de saúde autorizasse a colocação de um marca-passo em uma pessoa idosa que está internado há 15 dias esperando tal autorização e que piorou muito durante esta noite.
No meio de uma infinidade de advogados bem apessoados e cheios de pompa, fui a escolhida (sabe-se lá o motivo), fui chamada pelo plantonista da OAB pois a Defensoria Pública recusou o atendimento dizendo que o cidadão não era pobre!
Ora, não só a Defensoria mas também o MP tinham obrigação funcional de atender qualquer um neste estado, para um primeiro atendimento com pedido de liminar pois é praticamente impossível conseguir um advogado no meio de um feriado e a vida é o bem maior a ser protegido, muito maior que os cofres públicos!!!! Além do mais que se tratava de uma pessoa idosa!
A estes profissionais que recusam este tipo de atendimento, não adianta desejar que eles precisem de advogado e não consigam – a estes eu desejo que precisem urgentemente de um atendimento médico para seus pais ou filhos e não consigam. E quando o pior vier, espero que se lembrem daquele dia que recusaram atendimento a uma pessoa que, por mais que tivesse algum recurso financeiro- este de nada lhe valia naquele momento, ele , necessitava de ajuda urgente e algumas coisas o dinheiro não pode comprar.
Depois de passar por tanta raiva, tanta indignação, reconheço que tive um dia vitorioso pois consegui duas liminares em plantão judicial, salvando o dia de inúmeras pessoas. Aquela sensação de dever cumprido que o dinheiro também não pode comprar.
Hoje tive mais uma prova de que Deus escreve certo por linhas tortas e que havia um propósito mais do que especial para que eu estivesse lá naquela sala de plantão, com mais de 25 pessoas na sala de espera e ser a única a ser abordada por um desconhecido que precisava de ajuda para salvar seu pai após ter sido dispensado pela Defensoria Pública!
Hoje em dia, que meu desejo mais profundo é que todo estudante de medicina, antes de se formar, tenha um filho doente, que para sobreviver dependa de um remédio de prestação continuada e tenha recursos para comprar. Desejo ainda que ele/ela precise enfrentar filas terríveis na Defensoria Pública e no Ministério Público para propor uma ação e ao no final de tudo, após meses de sofrimento do próprio filho, não consiga o medicamento porque o processo caiu em exigência por causa de um atestado médico mau dado!
Desejo que eles aprendam da forma mais difícil que o laudo médico deles passa por uma burocracia infinita e que não serve para uma prestação imediata – este laudo vai levar semanas entre o protocolo até a conclusão ao juíz e depois tantas outras semanas até o cumprimento do mandado de busca e apreensão ou uma licitação para compra do medicamento.... ou seja, quando o medicamento é trocado, leva uma eternidade até que todo esse procedimento ocorra novamente. Desta forma, de nada adianta prescrever 5 latas de leite contando com um evento futuro e incerto de uma nova consulta médica que pode ou não acontecer!
Além disso, é preciso ensinar aos jovens médicos que os laudos médicos e prescrições não são escritos para serem lidos por experts em medicina, são direcionados à leigos, pacientes, juízes, promotores e advogados – por isso é fundamental que eles logo de início esclareçam todas as dúvidas de terceiros a fim de não cair em exigência. Todos os dias eu agradeço a Deus pelos seres humanos médicos que atendem ao meu filho, pessoas que veem a medicina como sacerdócio e seus pacientes como seres humanos sem um $ (cifrão) na frente.
Mas minha indignação não está somente direcionada aos profissionais de saúde mas também aos profissionais de Direito.
Passei o feriado do dia 1o de maio inteiro no plantão judiciário para conseguir um alvará de autorização para menores atuarem em um espetáculo e lá, presenciei uma pessoa chegar do hospital desesperada buscando ajuda para conseguir uma liminar para que o plano de saúde autorizasse a colocação de um marca-passo em uma pessoa idosa que está internado há 15 dias esperando tal autorização e que piorou muito durante esta noite.
No meio de uma infinidade de advogados bem apessoados e cheios de pompa, fui a escolhida (sabe-se lá o motivo), fui chamada pelo plantonista da OAB pois a Defensoria Pública recusou o atendimento dizendo que o cidadão não era pobre!
Ora, não só a Defensoria mas também o MP tinham obrigação funcional de atender qualquer um neste estado, para um primeiro atendimento com pedido de liminar pois é praticamente impossível conseguir um advogado no meio de um feriado e a vida é o bem maior a ser protegido, muito maior que os cofres públicos!!!! Além do mais que se tratava de uma pessoa idosa!
A estes profissionais que recusam este tipo de atendimento, não adianta desejar que eles precisem de advogado e não consigam – a estes eu desejo que precisem urgentemente de um atendimento médico para seus pais ou filhos e não consigam. E quando o pior vier, espero que se lembrem daquele dia que recusaram atendimento a uma pessoa que, por mais que tivesse algum recurso financeiro- este de nada lhe valia naquele momento, ele , necessitava de ajuda urgente e algumas coisas o dinheiro não pode comprar.
Depois de passar por tanta raiva, tanta indignação, reconheço que tive um dia vitorioso pois consegui duas liminares em plantão judicial, salvando o dia de inúmeras pessoas. Aquela sensação de dever cumprido que o dinheiro também não pode comprar.
Hoje tive mais uma prova de que Deus escreve certo por linhas tortas e que havia um propósito mais do que especial para que eu estivesse lá naquela sala de plantão, com mais de 25 pessoas na sala de espera e ser a única a ser abordada por um desconhecido que precisava de ajuda para salvar seu pai após ter sido dispensado pela Defensoria Pública!
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